quarta-feira, 17 de junho de 2009

Mingas e o Rítmo Ignorado

Tigre não precisa dizer que é tigre

para que as pessoas saibam que é tigre.”

Comentário feito por meu velho amigo

Euclides Gonçalves numa

das tantas conversas

que tivemos na UEM


Matola, aos 17 de Junho de 2009

Amigo Amosse Macamo.

Meu companheiro,

Desta Matola das minhas paixões, te escrevo esta carta para te falar da música, aliás das escolhas musicais.

Estava na correria do fecho do jornal onde trabalho. Sabes Amosse, para mim o momento do fecho cria um sentimento duplo, uma espécie de amor e ódio entre o stress e a esperança do tempo passar e depois, na hora do balanço, sorrirmos por tudo ter dado certo. É uma coisa estranha, pelo menos para mim. Ainda não sei se gosto ou não desse momento. Também nunca me questionei de verdade. Mas essa é uma outra história, mano.

Estava nesse ambiente quando a minha colega Arsénia Sithoye me entregou um fax com a lista dos nomeados para Mozambique Music Award, MMA. Ela depois fez um comentário, acho que no fundo é uma provocação já que ela, como tantos outros amigos meus, conhece as minhas quedas musicais. Dizia que Arsénia me entregou fax comentando que faltava ali o nome da Mingas Jamisse.

Juro Amosse, que não me surpreendi. Penso que embora esperasse ver na lista o nome daquela que é para mim uma das maiores artistas, não digo cantora porque estou a falar de arte, desta minha pátria amada, as nomeações assim como as vitórias já não me surpreendem.

Não falo aqui da justiça porque me refiro a uma competição que depende mais de juízos de valor, sentimentos e afinidades. Quando é assim não acho justo falar-se de… justiça. Para mim, a única competição justa é o atletismo em que a condição é fugires o mais distante possível do adversário.

Também, Amosse, não conhecia os critérios das nomeações para além de se dizer que “se pretende reconhecer as melhores produções de 2008.” Eu confesso que não sei até onde podemos falar das melhores produções de 2008. Não sei se se referem as músicas que apareceram em destaque nesse ano ou que foram feitas nesse ano, porque temos esses dois itens nas nomeações.

Nos finais de ano passado fui ver um espectáculo 5 estrelas de Mart´nalia, a filha de Martinho da Vila. No dia seguinte escrevi para Ouri Pota que há músicos moçambicanos que já não deviam abrir espectáculo de nenhum outro grande músico estrangeiro porque são simplesmente bons.

Eu não conhecia Mart’nalia mas gostei da música dela que ainda hoje o seu disco Madrugada, é dos meus preferidos. É como se quizesse golozelar o tempo para recuperar o que se foi a ter ouvido. É uma espécie de desconcentração permanente que nos faz viajar entre momentos da ausência. Compreendes Amosse? – Nem eu compreendo, mas é assim mesmo que consigo caracterizar a forma como foi construído Madrugada.

Olha que mesmo com esta leveza toda que se pode também transferir para o seu espectáculo, pelo menos o que teve lugar aqui em Maputo, ainda acho que uma artista como Mingas não devia abrir espectáculo de Mart’Nália. Falo só em termos artísticos e não de outros itens ou necessidades que se me podem atirar na cara que tem feito de nossas estrelas meros aperitivos.

Para mim ela, como artista tem que ser figura de cartaz e naquele espectáculo ela mostrou isso, foi como se o espectáculo tivesse começado do fim. Penso que esteve por 30 minutos em palco. Até pode ter sido mais que isso mas a forma dela de se apresentar me fez perder a noção do tempo. Era como se um minuto tivesse menos que 60 segundos. Um daqueles shows que se justifica a canção popular dos eventos familiares e religiosos: komane a dambu dzinga peli, que livremente pode ser algo como “não deixem que anoiteça” porque queremos que a felicidade não acabe.

Voltamos aqui às produções. Nesse espectáculo Mingas trouxe um tema novo que apesar de ter a sua verdadeira marca mostra o quanto ela não sabe parar no tempo.

A escolha dos nomeados para MMA, segundo o comunicado que recebi foi feita por um júri composto por “músicos, jornalistas culturais e apreciadores de música.”

Fazendo fé a Ras Rony, um dos músicos nomeados, houve mais “inscrição” do que “nomeação”. Diz ele que a informação circulou mais entre amigos e “eu me inscrevi para o concurso na última hora porque a informação chegou-me tarde.”

E outra coisa que eu acho engraçado é a mistura meu companheiro. No Jazz Festival levantou-se o debate sobre a presença de Lizha James e Stewart Sukuma. Ras Tony também questiona a presença de Azagaia na categoria de Reggae.

Olha Amosse, ainda achas que estas coisas devem me surpreender? No Jazz festival tínhamos muitos moçambicanos de Jazz como é que agora surge simplesmente um nome a concorrer para essa categoria? Será que o júri achou que todos os outros não têm qualidade ou só Dino Miranda é que conseguiu se inscrever a tempo?

Gosto deste tipo de parada de sucesso. Antes usava meu tempo para, apaixonadamente acompanhar concursos deste tipo porque pensava que tivessem algo mesmo de arte. Venciam as verdadeiras estrelas, algumas até com as quais nós não concordávamos mas que reconhecia-se nelas um verdadeiro valor.

Agora, quando me aparece alguém a dizer que ganhou um prémio de melhor vídeo dou-lhe parabéns pelo valor que entra no seu cofre não exactamente pelo seu lado artístico. Uma cantora, que não conheço o nome, apareceu num dos espaços de promoção do MMA a dizer “agora vamos ter que trabalhar porque já temos um concurso de verdade. Chega de fazer uma música boa e outras tantas para encher o álbum.”

Que verdade!

Te escrevia para falar desta minha incapacidade de me surpreender com o que acontece na música, principalmente nos concursos que me parecem mais “plástica” do que uma verdadeira arte.

Estamos na era do “show” e não da arte. Sendo assim meu companheiro, não me posso dar ao luxo de me surpreender.

Aquele abraço

PC

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Teoria de Culpabilizar os Outros


Para Ivone Soares 
E todos, independentemente da filiação partidária,
que se batem por um Moçambique melhor

Não existem princípios; apenas factos.

Não existe o bem e o mal, apenas circunstâncias.

O homem superior apoia factos e circunstâncias

a fim de guia-lo.

Se houvesse princípios e leis fixas, as nações

não as mudariam como mudamos de camisa,

e não se pode esperar de um homem que seja

mais sábio do que uma nação inteira.”

Honoré de Balzac 1799-1850

Querida Ivone,

Nos últimos tempos tenho estado a pensar nos contornos da política moçambicana. Esta pátria nossa. É interessante ver que a “culpabilização alheia” se tornou, desde há muito na principal arma de muitos dos  nossos políticos.

Uns recorrem a ela quando estão sem alternativa enquanto, para outros, ela funciona como o plano “A”.

Depois do primeiro adiamento do congresso do seu partido, esse marcado para Nampula e que não aconteceu – acredite que não sei porquê – a primeira desculpa encontrada foi espreitar o quintal do vizinho. 

Não quero, acredite, desvalorizar os dados avançados pelo vosso partido. Também não é objectivo desta carta. Mas não posso negar que a desculpa da sabotagem frelimista, para além de confirmar nos camaradas o estatuto de uma grande e perfeita organização, e, neste caso, qual máquina infalível, faz com que avancemos para uma forma descansada de não procurar as nossas próprias fraquezas. Algo como: se eles são mais forte é para fazermos o quê? 

- Assim, todo o mundo dorme descansado. 

A teoria da culpabilização alheia não foi introduzida na nossa política pela Renamo. Num contexto diferente, é verdade, ela fez parte da nossa construção como Estado/Nação e, de certa forma, serviu para esconder as nossas fraquezas. 

Discuti, há dias, sobre isto com Venâncio Mondlane para um artigo que seria publicado no jornal onde trabalho. Para ele “a culpabilização alheia” embora sendo uma característica da economia, tem encontrado um campo privilegiado na política. 

Não conheço bem o campo económico, Ivone. É provável que, tirando aquela ideia simplista que diz que os homens são animais políticos, esta também, não seja a minha praia. 

Mas há uma coisa que não podemos negar, a teoria de culpabilização que muitos dos nossos políticos têm se esforçado em usar, tem por objectivo tornar nos inocentes dos nossos próprios actos e omissões. 

Depois da independência nacional, muitos dos nossos fracassos económicos, até mesmo sociais, tiveram rótulos como “Rodésia, apartheid, guerra-fria e herança decadente do colonialismo.” Olha que não estou a inocentar este quarteto, pelo contrário, acredito que este quarteto teve a sua parte de culpa para a nossa fraqueza. O que estou a dizer é que nós, como país, temos ou tínhamos de olhar para dentro e perguntarmos “o que estamos a fazer?” 

Olha Ivone que é mais cómodo descansar na ideia da responsabilidade dos outros. Mas Moçambique como país não se podia dar a esse luxo. Então era preciso questionar certas opções tomadas pelos libertadores: “Que vantagens temos seguindo marxismo-leninismo?”. Uso por exemplo esta linha que seguimos e que é até hoje usada pelo seu partido para justificar o seu surgimento e as acções tomadas ao longo de 16 anos de guerra. 

Era na verdade necessário questionar se dentro das nossas estruturas fizemos as opções certas. Esse questionamento tem que ser feito até agora se, como país quisermos avançar. Podemos alargar mais o leque das teorias da culpabilização alheia para o continente. O maior debate que existe agora é: o que o Ocidente está a fazer por nós? 

Acha mesmo Ivone que essa é a melhor pergunta a fazer? Acha que é importante colocar Ocidente como o principal actor do nosso desenvolvimento? 

O ex-primeiro ministro de Moçambique, Dr. Mário Machungo tocou neste assunto no III Seminário Internacional RDP-África. Mesmo reconhecendo que o passado foi errado,  falando da crise financeira que tem o seu impacto nos países em desenvolvimento, é da opinião que a Europa não era a única responsável pela desgraça africana. 

Olha que este é um ponto de partida. É o reconhecimento das nossas próprias fraquezas e um apelo para a mudança. Esta, me parece, também tem sido a tónica do Presidente da República Armando Guebuza que nos tem incentivado a lutar, a trabalhar, a contar com as nossas forças para vencermos. 

Deixe-me voltar novamente para a nossa Pátria Amada. O que nos aconteceu a partir dos anos de 1980? A questão de caju Ivone é um exemplo claro de uma intervenção de fora. Aliás, o Dr. Machungo estava ainda no Governo quando o Banco Mundial disse que a política de caju estava errada e, como ele mesmo reconhece “isso arruinou a indústria de caju que se estava a desenvolver no país.” 

Então o que é que acha que se devia fazer nessa altura? A melhor resposta não é dizer simplesmente que se está tudo errado a culpa é deles e cruzar as mãos. 

O que se exige de nós é que paremos simplesmente de nos queixar e encontremos soluções internas. Se prestar atenção aos discursos de diferentes líderes africanos, incluindo o nosso, descobrirás esse apelo a mudança. Claro que pode me dizer que não passam de palavras. Ok, mas já são palavras de – esta sabes que não é original – we can. Podes ver o que disse o Dr. Machungo nesse encontro que me referia: “Cabe à inteligência africana a responsabilidade de tomar o seu futuro. Se não fizerem isso não será do estrangeiro que virá.” 

Agora voltando ao seu partido. 

A teoria de culpabilização alheia é, na verdade uma forma interessante de sacudirmos a pressão de nós e encontrarmos culpados noutro lado. Alguns defendem que a política tem que ser limpa (?!). Assim, se os outros, neste caso a Frelimo aparecer a fazer jogo sujo para não realização do congresso da Renamo, é lógico que perde a cotação por parte dos que têm essa ilusão. 

Contudo, o uso da mesma desculpa para eventos diferentes faz com que ela se desgaste, principalmente numa sociedade como a nossa que o eleitorado já não vota ente a guerra e a paz. Este é um ponto que parece que muitos políticos ainda não se aperceberam. Venâncio Mondlane é da opinião que o eleitorado está cada vez mais inteligente e alguns políticos estão a andar no sentido contrário. 

O perder as eleições e justificar-se pela fraude da Frelimo vai mais soar a disco raspado. O não realizar um congresso porque a Frelimo sabotou soa mais a comodismo. Ver quadros seniores a abandonar o partido na mesma pressão das mangueiras dos bombeiros e dizer que estão a ser aliciados por outros partidos é a forma mais fácil de ignorar a “trave no seu próprio olho.” 

Querida Ivone, é esquisito que apesar de quase nunca termos trocado ideias, para além de um simpático “olá bom dia” acompanhado de um sorriso de ambos os lados, esta ter sido a minha primeira forma de te colocar algumas questões para reflectirmos juntos. 

O mais importante é discutir a melhor maneira de vencermos os fantasmas que nós mesmo criamos. 

Tudo por esta pátria amada


quarta-feira, 3 de junho de 2009

Quando Crescer Quero Ser Bandido

"Matar e agir com violência fazem parte
da imagem do bandido social.
O terror faz parte de sua imagem pública.
São heróis, não a despeito do medo
e horror que inspiram suas acções,
mas por causa deles.
Não são vistos como agentes da justiça,
e sim como homens que provam
que até mesmo os fracos e pobres podem ser terríveis."
Trecho de “Bandidos” de E. J. Hobsbawm, citado
em “Comando Vermelho: história secreta do crime
organizado” de Carlos Amorim
Para Nhykiwa Pedro
Matola, aos 3 de Junho de 09
Querida Nyikiwa,
Esperava que a primeira carta que te escrevesse fosse mais lírica. Queria te falar de poesia que gostas e da prosa que eu amo depois de ter visto alguns textos teus.

Mas tudo isso mudou minha querida, embora não perca a esperança de fazer uma viagem por aquilo que Fernando Pessoa chamou de “prosa ao verso” e espreitar a liberdade que este género nos oferece em alternativa da “prisão” que é a poesia.

Escrevo para te falar de sonhos. Neste caso “um estranho” sonho.

Numa segunda-feira, fiquei enfrente a TV para ver “Repórter Record” na Mira-Mar. Tenho uma paixão pela reportagem, acho que é o maior género jornalístico embora haja quem olhe mais para a notícia. Aqui voltaria, Nyikiwa, a mesma ideia de prosa e poesia. Assim a notícia se apresenta, quanto a mim, como a poesia, isto é, “prisão” das regras, e reportagem como prosa, o mesmo que liberdade. Talvez um dia te fale disto.

A reportagem de que te escrevo era sobre a criminalidade. O cenário era as favelas brasileiras e toda a sua violência. Num desses momentos perguntaram a algumas crianças sobre o que queriam ser e, invariavelmente, todas queriam ser bandidas.

Seria esse um estranho desejo se nos esquecêssemos que todos nós aprendemos de exemplos e temos uma tendência a nos deixarmos influenciar.

Aquelas crianças vivem no meio da violência onde, segundo várias notícias, o Estado só se faz lá sentir através do exército ou polícia que sobe para combater os soldados do tráfico.

O verdadeiro Estado podes ver “Comando vermelho: história secreta de crime organizado” escrito pelo jornalista Carlos Amorim. Dizia que o verdadeiro Estado nas favelas é o crime organizado que impõe a sua lei e decide quem deve morrer e quem deve viver. Esses homens fazem uma demonstração clara de dinheiro, mulher e poder que fascina a criançada.

Também senti essa sensação nas salas da escola primária de T-3 quando me vi obrigado a mudar de sonho de ser polícia para correr atrás da vontade de ser militar.

“Entre polícia e militar quem bate a quem?” perguntavam os meus amigos na inocência dos seus 8 anos.

Estávamos a viver os momentos da guerra civil. Me fascinava o uniforme caqui da nossa polícia com o colt de pistola na cintura. Eles tinham pose de protectores oponentes. Eram, para mim o rosto forte do Estado. Eram os mais forte, pelo menos na minha inocência.

Era bom ser polícia. Eu queria ser polícia!

Mas para muitos da minha turma o militar é que detinha o poder. Ele batia o polícia!

Na minha rua, numa casa onde vendiam “mal-coado”, uma tradicional cerveja de farelo que se fermentava nos potes e “tontonto”, aguardente que o humorista Sérgio Zimba apelidou de whisky tradicional… escrevia que na minha rua, os militares bem uniformizados passeavam ali o seu charme e poder.

Trocavam ali as suas rações de combate por canecas de mal-coado. Exibiam mulheres a todo o momento. Andavam em potentes carros “Matchedje” de “10 anos de luta” e os carros tinham de se afastar da frente. Eram os donos da estrada.

Eles eram também temidos pela falta de medo – pelo menos era a imagem que eu tinha – e pela violência gratuita que por vezes era interpretada como um “não me abusem.” Penso que te lembras das canções que apelavam às mulheres para “não amar militares”.

O que nós gostávamos nos militares era essa demonstração de poder representada pela força física.

Ainda na minha rua, todos nós, putos, nos reuníamos a volta de um jovem militar quando aparecesse. Ele contava histórias fantásticas do exército nacional contra os rebeldes da Renamo. Era fascinante ouvir a bravura de um militar.

Eu não podia mais querer ser polícia. Queria ser militar.

Penso que percebes a ideia de poder que fascina essas crianças. Não falo só das favelas brasileiras. O mesmo acontece no nosso país.

A justificação que estas crianças dão para serem bandidas, pelo menos na reportagem, é mais humanitária, se é que se pode ver o lado humanitário no crime. “Quero ser bandido para ter dinheiro e ajudar minha família.”

Mas diferentes relatórios mostram que o que está por detrás do sonho de ser bandido é o poder!

A ideia de dominar o outro, ser venerado e temido nos faz correr atrás desse estranho desejo. Se prestares atenção verás que muitas das crianças do meu país se fascinam com filmes de violência e geralmente escolhem o bandido.

O meu sobrinho, quando brincasse com os seus amigos depois de ver a telenovela “Prova de Amor”, só queria ser Lopo Júnior ou o “chefe da cúpula” ignorando por completo os abnegados jovens polícias que tudo faziam para manter a ordem.

A lição de que o bandido sempre perde, sofre ou morre no final, parece não apelar para o lado delas. Ter poder, dominar a polícia, brincar com as instituições do Estado, pôr em causa a dignidade delas tem mais força apelativa que qualquer lição de moral.

Facilmente Agostinho Chauque, com todo o mediatismo que se dá nos órgãos de comunicação, soando mais a elogios a sua capacidade de dribilar a polícia, capta mais admiradores adolescentes que o impacto que possa ter a morte dos seus companheiros. Tem mais bravura que um exército de polícia que abate um criminoso. E quanto mais tempo durar uma operação para neutralizar um bandido que troca tiros com a polícia, maior é a sua chance de ser herói e conquistar novos adeptos.

O que queria te dizer Nyikiwa é que os desejos, os sonhos e admiração que os bandidos causam nos jovens das favelas brasileiras também podem ser encontrados no “país de marrabenta.” Afinal aprendemos de exemplos.

Precisamos de um outro apelo que não seja o chavão “bandido sempre sofre” pois esse parece já não funcionar.

Precisamos de novos exemplos e uma estrutura social funcional.


PC